A barata apenas integra o cenário de um espaço entregue às moscas
Maior autoridade brasileira em Cidades Criativas, a economista e administradora pública Ana Carla Fonseca é doutora em urbanismo, consultora da Organização das Nações Unidas e traz na bagagem a realização de palestras em 24 países espalhados por todos os continentes do planeta.
É uma autoridade viajada e acostumada a enfrentar multidões em várias partes do mundo.
Mas acredite: foi em Ilhéus, no Centro de Convenções da cidade, onde viveu um dos momentos "mais tensos" da sua vida ao falar nesta terça-feira para uma platéia regional.
Durante sua participação em uma oficina sobre Cidades Criativas, Ana Carla foi "perseguida" por uma barata que insistia em permanecer no local do debate. Ela tem pavor ao inseto. A barata desconcentrou a palestrante e protagonizou um misto de risada e vergonha do público presente.
Foi preciso o superintendente do Sebrae na Bahia, Edival Passos, dar um "chega pra lá" na barata, para a importante palestra prosseguir mesmo diante do medo comovente da convidada internacional.
Até agora não se sabe se a presença do inseto era uma tentativa dos administradores do equipamento em exercitar a "criatividade" , tentando se adequar ao tema debatido, ou, mesmo, reflexo da total desatenção que o governo está tendo com um dos equipamentos mais importantes no processo de desenvolvimento econômico da cidade.
A barata, é bom que se frise, é apenas mais um componente do descaso com que a Secretaria Estadual do Turismo trata o importante equipamento.
Em várias partes da sua estrutura, o teto do Centro de Convenções de Ilhéus está desabando. O mato toma conta do seu entorno. A estrutura de proteção do local está completamente destruída. Equipamentos estão sem funcionar. Inúmeras vezes até a pequena equipe de seguranças do local parou de trabalhar por falta de pagamento do salário.
O Centro de Convenções de Ilhéus está mais que entregue às baratas.
Está entregue às moscas.
Uma pena.
É preciso que o Governo da Bahia recupere o espaço. E repense seu funcionamento.
Trata-se de um equipamento que um dia foi sonho de toda uma cidade e que hoje vive o pesadelo do abandono imposto por nossas autoridades.